segunda-feira, 6 de março de 2017

Brinquedos: “Apertar botões e ficar assistindo não é tudo...”

A coordenadora pedagógica Lidiane Leite afirma que a Internet e os brinquedos eletrônicos modernos desestimulam a criatividade e prejudicam imaginação.

“Brinquedos ligados a personagens televisivos ou movidos a pilhas prejudicam o desenvolvimento infantil das crianças”. A afirmação é de Lidiane Leite, coordenadora pedagógica no colégio particular em São Paulo, Maria Montessori. De acordo com Lidiane Leite, a brincadeira é, de fato, a maior forma de aprendizado para crianças entre zero e seis anos. Menos brinquedos; mais foco e concentração “Proporcionar momentos lúdicos ajuda a criança a crescer de forma estruturada, divertida e confiante. Ter apenas brinquedos que piscam, giram e fazem tudo sozinhos dificulta o uso da imaginação e do pensamento analítico.

Acredito que quanto menos brinquedos a criança tiver melhor vai ser porque ela vai passar mais tempo com quantidade menor de objetos e, consequentemente, vai trabalhar muito mais o foco e a concentração”, ressalta. Lidiane Leite afirma que através do brincar, a criança experimenta situações, organiza suas emoções e processa informações. “Acredito que o brincar desenvolve muito mais que o brinquedo”.

Para a coordenadora Pedagógica, qualquer objeto pode virar brinquedo e entreter as crianças por horas. “Uma criança acostumada com brinquedos ligados a personagens televisivos ou movidos a pilhas terá dificuldades no seu desenvolvimento infantil. Ela talvez não vai ver em um rolo de papel higiênico uma possível luneta ou um canhão”. Apertar botão e assistir Lidiane faz referência aos brinquedos que enchem prateleiras do mercado especializado por está época. “Eles não estimulam a imaginação infantil. Pelo contrário, em muitos brinquedos as crianças não precisam fazer nada, apenas apertar um botão e o boneco pula, dança, acende luzes… E a criança só fica assistindo, sem qualquer interação”.

Segundo a coordenadora Lidiane Leite é muito positivo para a criança o trabalho com a motricidade refinada antes de iniciar o processo de alfabetização. “A criança deve ser estimulada a realizar desde pequena movimentos de mãos e dedos de forma que futuramente ela tenha melhor habilidade para utilizar lápis”. Ela acredita que o trabalho com motricidade refinada proporciona à criança passar pelo processo de alfabetização com mais facilidade e desempenho o que a torna muito mais independente e evoluída”. Entretanto, o ato de brincar é muito mais do que um momento de descontração e divertimento para as crianças.

É indispensável à saúde física, emocional e intelectual. Internet pode ser perigosa Para a coordenadora, é muito importante dosar o uso dos aparelhos eletrônicos e da Internet para que as crianças tenham outras alternativas de lazer, como esporte, música e cultura. Ela contesta a crença de muitos pais de que seus filhos, estando em casa na frente do computador estão seguros. “Isso não é verdade. A Internet mal utilizada é perigosa. No entanto, proibir não é educar”. Ela recomenda: “Os pais devem conversar com com linguagem adequada e deixar claro que algumas pessoas não são confiáveis, mesmo no mundo virtual”.

A coordenadora pedagógica Lidiane Leite, lembra ainda que para cada idade, existem tipos de brinquedos e brincadeiras especiais. O importante é observar a fase em que a criança está e quais habilidades está desenvolvendo, até para aproveitar o brinquedo da melhor maneira possível.  “Sugiro sempre olhar as informações além da indicação da faixa etária na embalagem, ou seja, logo depois de tirar o brinquedo da caixa: sacudir, balançar, ver se não tem nada caindo ou se tem partes pontiagudas ou que se soltam. Se o acesso das pilhas e baterias estão totalmente fechado com parafusos, também se a tinta dos brinquedos pode descascar futuramente. E sempre lavar e fazer uma revisão dos brinquedos” recomenda Lidiane. E a educadora conclui lembrando que “desenvolvimento não tem salto. Cabe aos educadores e pais trabalharem nas primeiras séries a motricidade criança”.