A menina não cabia em si de felicidade.
Pela primeira vez iria à cidade vender o leite de sua vaquinha. Trajando o seu
melhor vestido, ela partiu pela estrada com a lata de leite na cabeça.
Enquanto caminhava, o leite chacoalhava
dentro da lata.
E os pensamentos faziam o mesmo dentro
da sua cabeça.
"Vou vender o leite e comprar uma
dúzia de ovos."
"Depois, choco os ovos e ganho uma
dúzia de pintinhos."
"Quando os pintinhos crescerem,
terei bonitos galos e galinhas."
"Vendo os galos e crio as frangas,
que são ótimas botadeiras de ovos."
"Choco os ovos e terei mais galos e
galinhas."
"Vendo tudo e compro uma cabrita e
algumas porcas."
"Se cada porca me der três
leitõezinhos, vendo dois, fico com um e ..."
A menina estava tão distraída que
tropeçou numa pedra, perdeu o equilíbrio e levou um tombo.
Lá se foi o leite branquinho pelo chão.
E os ovos, os pintinhos, os galos, as
galinhas, os cabritos, as porcas e os leitõezinhos pelos ares.
Não se deve contar com uma coisa antes
de consegui-la.